08 fevereiro, 2008

Amigas de infância

Li o texto da Adele sobre a falta que certos amigos fazem.
E sei bem como é isso.
Desde que me entendo por gente tenho duas amigas que sempre foram minhas parceiras. Amigas de brincadeiras de boneca, de passeios de bicicleta e roller, de tombos e machucados históricos, de pular a cerca para ver tv na casa da outra, de pular a janela para poder brincar, parceiras de festinhas, das primeiras bebedeiras, dos primeiros amores, das primeiras desilusões.
Não é exagero quando digo que nós três éramos grudadas. Cada uma estudava em uma escola diferente, tínhamos idades diferentes, mas morávamos em frente e ao lado uma da outra. Minha felicidade era voltar da escola e ir brincar com minhas amigas. Conhecia a família inteira das duas e elas conheciam a minha (tios, primos, avós, amigos dos pais).
Tinha aquele pensamento infantil e otimista que nossa parceria seria eterna, que mesmo depois de adultas continuaríamos nos vendo sempre. Nossa “separação” começou aos poucos. A mais velha de nós tinha um namorado e passava quase todos os dias com ele, mas todas as noites eu ia na casa dela colocar o assunto em dia. Até que um dia ela se mudou. Me avisou apenas dois dias antes. O apartamento era mais longe, mas ainda era na mesma cidade.
Também comecei a namorar e meu tempo diminuiu. Mesmo assim eu sempre falava com ela por telefone, ou nos víamos em algum lugar.
A outra amiga continuou como sempre. Eu ia na casa dela quase toda noite.
Não vou dizer que não tive boa parte de culpa, pois minha vida teve uma fase “ocupada” (conto outra hora). Minha amiga mais nova ficou grávida, visitava ela quase todo dia quando voltava da faculdade. Depois que a nenê nasceu, visitava mais ainda. Mas ela teve umas briguinhas de família e se mudou. Perdemos o contato por um tempo. Quando voltou a morar por ali não foi mais a mesma coisa.
A amiga mais velha terminou com o namorado de anos e foi para Porto Alegre e nem meus e-mails responde. Só conversamos quando entramos no msn na mesma hora (o que é bem difícil de acontecer).
A outra, mora na frente da minha casa. Mas não me sinto à vontade de ir lá. Ela tem um novo namorado que nem conheço e não sei nada da vida dela nos últimos anos.
Mas sinto uma falta enorme de atravessar a rua e ir lá fofocar, pular a cerca apenas para ver televisão juntas, nossos segredos e nossas besteiras. O trio nunca mais se formou. E acho que não vai mais se formar.

3 comentários:

Karina disse...

Poxa, é triste mesmo quando essas coisas acontecem.
Perdí contato com vários amigos ao longo dos anos também. Alguns me passam pela memória às vezes, outros sim me fazem falta; mas tive a sorte de alguns poucos, antigos e bons amigos estarem comigo sempre. Mesmo morando em outra cidade não perdemos o contato...e ainda depois de meses sem vê-los, quando os encontro, noto que a intimidade e a cumplicidade não foram embora.
Nesse momento que percebo que somos amigos de verdade!
Bom final de semana!
Bjinho

Anônimo disse...

Oi Chele

Eu penso que este ir e vir de amigos em nossas vidas é o que há de mais triste...

Não se vá!

Beijos

Paulo disse...

Taí um fato triste da vida que tive que aprender logo cedo. Por causa de minhas mudanças, aprendi que muito da amizade tem a ver com ter experiências semelhantes, e que o tempo vai nos levando para caminhos diferentes.
Enfim, faz falta, sim.