28 março, 2008

O motivo da minha dor

Fazia já um tempinho que eu me sentia meio mal. Na verdade a primeira vez que notei que o problema era grave foi em abril do ano passado, quando fui à pizzaria e após a segunda fatia senti falta de ar e não consegui mais comer. Culpei a pressão, pois o lugar estava cheio e abafado.
Os sintomas continuaram me perturbando. Não podia ir comer fora que sempre ficava mal, falta de ar, dor de estômago, dor de barriga. As festas também diminuíram, bebia qualquer coisinha e ficava mal.
Final do ano resolvi ir ao médico. A dra. mandou fazer vários exames, entre eles tirar sangue 5 vezes em uma única manhã. E para minha surpresa estava tudo ótimo, uma saúde perfeita. Ela me indicou um remedinho bem fraquinho, tomei duas vezes apenas e até aquilo me fez mal. Esperei passarem as férias e mais uns meses. A duas semanas atrás voltei ao consultório e ela de cara me mandou fazer mais dois exames (ou melhor, um exame e uma tortura). No dia marcado cheguei lá suando frio, os outros pacientes eram atendidos e eu ficava mais nervosa sabendo que seria a próxima. Meu nome foi chamado e neste momento tentei me acalmar.
O primeiro passo foi fácil, uma ecografia do abdômen. Fui para a câmara de tortura e os instrumentos estavam todos lá, a minha primeira endoscopia (e espero que última) foi horrível. Já fazem dois dias e minha garganta ainda dói e lembro da sensação horrível.
Bom, mas tudo isso serviu para descobrir o problema que me afligia há quase um ano. Tenho gastrite, ou melhor uma Pangastrite (em todo estômago). Claro que era meio óbvio que eu teria isto pelo meu histórico: minha mãe tem, eu sou super nervosa, amo café e chimarrão.
Agora começa a fase de tratamento: 45 dias tomando remédio, sem poder tomar café, chimarrão, refri, comer chocolate, frituras, vinagre...(ou seja tudo que amo). E espero que passado o período de tratamento eu melhore e fique 100%.

20 março, 2008

E já fizeram três anos de formatura

E só lembrei pois me convidaram para um encontro dos formandos, mas já tinha janta marcada e não pude ir. Mas é estranho estar formada há tanto tempo. Mais estranho ainda é que em maio faz um ano que me formei na pós-graduação.
Ainda quero fazer Letras e mestrado, não sei quando, nem como, nem onde. Talvez na terceira idade. Um doutorado também seria interessante. Acho que dar aula é uma boa pedida. Por incrível que pareça as dúvidas que tinha antes de entrar na faculdade continuam. Quero trabalhar com administração? Ser jornalista? Escritora? Professora? Montar meu próprio negócio?
Gosto de tudo isso e mais um pouco. É difícil algum tipo de trabalho me desagradar. Só sei que não sirvo para ser médica/enfermeira/veterinária.
Enquanto não decido tento fazer o melhor no lugar em que estou. E também não me arrependo de ter feito Jornalismo e Leitura e Produção Textual. Toda aprendizagem é boa. E continuo usando estas duas coisas em várias áreas do meu trabalho.
Mas sei que um dia vai bater aquele estalo e vou dizer: é isso que quero fazer para o resto da vida. E então pronto, vou ficar feliz para sempre.

Obs.: sabendo que eu não estou descontente onde estou. Só não tenho 100% de certeza se este é meu lugar.

17 março, 2008

A pedidos

Alguém sentiu falta dos meus textos e me “mandou” postar alguma coisa com urgência. Inclusive ela me chamou de preguiçosa por não postar nada.
A princípio me desculpei, disse que era falta de tempo e não preguiça. Mas me dei conta de que ando bem mais preguiçosa do que já fui.
Sempre fui dorminhoca, mas durante o período em que estava acordada meu ritmo era alucinado. Durante a adolescência além das aulas normais sempre fazia cursos. No último ano da escola, além de estudar de manhã, fazia pré-vestibular de tarde e inglês à noite. No primeiro ano de faculdade comecei a trabalhar. Então estudava de manhã e trabalhava à tarde. E mesmo tendo aula no sábado não deixava de ir em festas na sexta.
No último ano de faculdade o ritmo acelerou mais, a ponto de quase surtar. O café era nosso combustível básico. Estava fazendo as aulas normais, o trabalho de conclusão de curso, um estágio no centro de tarde e um estágio na UCS de noite, fora algumas aulas no turno da noite. Chegava em casa sempre perto da meia-noite e acordava super disposta no outro dia. Tá certo que nesse período saia pouco, ficava em casa estudando nos findis. Mas sempre arranjava tempo para o namorado e para a família.
Conclui a graduação e logo inventei de fazer uma pós. Trabalhava de manhã e de tarde e ia para pós em Bento Gonçalves nas sextas-feiras. A aula ia das 16h às 22h, com um intervalo de 30 min. Agüentei bem.
Depois sai daquele emprego, comecei a trabalhar na Tecnimig. No primeiro ano só no período da tarde, depois o dia todo. Depois minha mãe se mudou, o Tiago foi morar comigo e aos poucos eu fui ficando preguiçosa. Não que eu deixe de fazer o meu trabalho ou as coisas em casa, mas não tenho mais pique para sair, ir para festas, jantas, encontros de amigas. Mesmo morrendo de saudade de fazer isso. E quando vou quero ficar pouco, sinto falta da minha casa, das minhas coisas.
Talvez isso seja a chamada “responsabilidade, pois eu sei que tenho que acordar cedo no outro dia. E que ninguém vai ir para casa lavar e passar a roupa para mim. E que minha cachorra sente falta se ficamos muito tempo fora. E que os outros cachorros também precisam de comida e atenção. E que eu tenho sono e cansaço e que estou “velha”.
Não sei se com o tempo isso passa ou piora. Mas até que estou feliz assim. Sinto falta das minhas amigas, mas eu sou mais a favor de cafés e fofocas em casa. Sabe coisa de tia? Só as mulheres fazendo aqueles chás em que cada uma leva uma coisa???
Podemos marcar um sábado lá em casa. Podem levar crianças e cachorros, e até namorados. Mas nada de cerveja, no máximo batidinha no final da tarde. Ou vamos todos conhecer a minha casa que está sendo construída lá em Ana Rech. Passar um dia agradável olhando a natureza, o lago, sem pressa, sem ser “um encontro”. Uma coisa mais em casa. Coisa de gente que tem preguiça, mas não quer deixar de ver quem gosta.

03 março, 2008

Corcel

No findi me deu uma saudade da infância. Mais especificamente do nosso Corcel dourado. Tivemos aquele carro por muitos anos, no começo era um carro da moda, lindão, novinho (eu recém nascida). Com o tempo foi ficando velhinho, feinho, com umas manchas de sol. Não lembro ao certo quantos anos ficamos com aquele carro, mas acho que uns 10.
Carro com ar condicionado e ar quente era um luxo para poucos na época, vidro elétrico e travas nas portas nem pensar. Nos dias mais frios eu dava um jeitinho de me esquentar. Fica encolhida nos pés da minha mãe. Tudo bem que sempre fui pequena, mas não sei como eu cabia lá. Era apertado e tinha o ar quente que vinha do motor. Ali eu ficava quando íamos para mais longe (viagens curtas claro), encolhidinha no banco do passageiro me esquentando. Nada de cinto de segurança (na época nem era exigido).
Outra diversão era fica deitada olhando o céu naquela parte atrás do banco do passageiro (em cima do porta-mala do lado de dentro do carro, não sei como chama aquele lugar). Adorava andar olhando as estrelas, o céu, principalmente quando estava meio emburrada, o que era bem comum.
Nosso carro foi parceiro de várias aventuras. Como quando meus primos iam lá em casa e no caminho minha mãe começava a narrar umas perseguições. Ela no volante ia fazendo desvios de caminho para “despistar” o carro de trás que estava nos perseguindo. Fazia todo mundo se abaixar para se esconder e cuidar se o perseguidor ainda estava vindo.
Ou as várias vezes que fechamos o carro com a chave dentro. Já tínhamos prática em abrir a janela pequena para pegar a chave do volante.
O Corcel deixou saudades, na verdade não só o carro, mas a infância em si.
Naquele tempo tudo era tão fácil, sem preocupações, sem exigências, sem muitos deveres. Seria bom ser criança de novo.