29 julho, 2008


Os bonzinhos só se fodem

E como ele disse: as pessoas que não estão nem ai, nunca ajudam ninguém, são interesseiros e falsos são os que se dão bem. E na verdade é isso sim.
Enquanto muita gente fica naquele de ser legal com todo mundo, ajudar, ser prestativo, nunca passar por cima dos outros, não derrubar ninguém pelo caminho, outros são amigos apenas na hora de festa, só se importam com os outros para saber se a casa da praia vai esta liberada no verão ou se a carona tá de pé, e se o “amigo” liga pedindo um favor de verdade ele dá uma desculpa qualquer, dizendo que vai viajar a negócios ou a mãe tá doente.
O primeiro pode ouvir um muito obrigado ou um elogio meio xoxo, claro que não vão falar mal dele e sabem que ele é um cara que dá para contar. Mas o outro é convidado para a festa, para o churrasco, ele é muito divertido, não tem como não convidar. Pior é quando isso acontece na família, todo mundo percebe a diferença entre o prestativo e o escalado, mas ninguém fala nada. O tratamento é igual. Mesmo que um chegue duas horas antes da janta, faça toda comida, sirva e ainda fique para limpar depois. E o outro chegue a na hora de comer e assim que acaba a refeição sai rapidamente dizendo que tem outro compromisso, e que veio na janta para fazer companhia, mesmo sabendo que não podia por causa do outro “compromisso”.
Ahan....
E quem se fode????? O bonzinho, claro. Todo mundo o convida, pois sabe que ele sempre ajuda, e se algum dia ele tiver alguma atitude diferente é alvo de críticas.
Mesmo os amigos preferem o cara “divertido” ao bonzinho. Mas na hora da ajuda quem eles chamam?
Claro que algumas pessoas percebem a diferença entre os dois e comentam, mas quem realmente deveria notar não dá bola, não quer fazer diferença. Ai a desculpa é: eles têm personalidades diferentes. Então tá, mas vê se começa a chamar o outro na hora que quiser um favor...

21 julho, 2008

Meninas malvadas

E semana passada fui levar minha cachorrinha na casa da “amiguinha”. Sabia que a expectativa era grande, elas não se viam há muitos meses. A Mia chegou lá toda faceira e foi recepcionada com latidas... normal quando se está no território dos outros. Ela viu a Cíntia, o seu Luiz, a dona Diva e ficou toda boba. Mas eis que a Rita enlouqueceu. Ficou com ciúmes da Mia e começou a rosnar, levou uns tapinhas, uns xingões e parecia que tinha se acalmado. A Mia deu umas lambidinhas e parecia que tudo ia ficar bem.
Mas a Rita estava era esperando o melhor momento de atacar. E foi quando fiquei sozinha na sala com as duas. A Rita saiu correndo para morder a Mia, esta corria mais ainda, chorava e não sabia o que fazer. Tentei separar, mas pela primeira vez a Rita me mostrou os dentes. Os “pais” dela vieram acudir. Bateram nela com a pantufa, colocaram de castigo, brigaram com ela. Deu até pena da Rita, defendendo sua casa, seus donos e ainda levando bronca (na cabeça dela a Mia era apenas uma intrusa).
Acabamos com uma presa na cozinha e outra na sala. E o que era para ser uma noite bem divertida acabou com uma cachorra traumatizada e morrendo de medo de outros cachorros, uma tristonha por ser xingada pelos “pais” e colocada de castigo com a roupinha, a Cíntia morrendo de vergonha e pedindo desculpa e a dona Diva dizendo que ia trocar a Rita.
E dizem que ser pai e mãe é fácil....
Mesmo assim, foi uma noite de sexta bastante agradável.

18 julho, 2008

A Dança

Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio

ou flecha de cravos que propagam o fogo:

te amo secretamente, entre a sombra e a alma.



Te amo como a planta que não floresce e leva

dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,

e graças a teu amor vive escuro em meu corpo

o apertado aroma que ascender da terra.



Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,

te amo diretamente sem problemas nem orgulho:

assim te amo porque não sei amar de outra maneira,



Se não assim deste modo em que não sou nem és

tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha

tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.


Pablo Neruda

14 julho, 2008

Camping

Sexta tive uma recordação muito boa da minha infância. Os motivos que me levaram a tê-las não foram nada agradáveis... um amigo nosso faleceu, pai de uma das minhas melhores amigas e um homem muito bom. Seu velório foi no interior da cidade, quase divisa com Flores da Cunha. E aquele era o caminho para o nosso refúgio de férias, o camping do Recreio Guarany.
Ao passar na frente vi o lago, o lugar onde acampávamos, a piscina, a lancheria. Tive saudade, fiquei feliz e triste. Era um lugar muito especial para mim, lá eu fui feliz, fui criança, brinquei, aprendi muito, me machuquei, chorei, recebi minha primeira proposta de namoro (aos 7 anos) e dei meu primeiro fora, nadei, peguei sol, fiz amigos.
Nas férias de verão e inverno praticamente nos mudávamos para lá. Os dois meses de férias da escola eram passados em Flores da Cunha. Minha mãe que é profe e também tinha dois meses de férias ficava lá e meu pai vinha para casa durante a semana e voltava nos findis.
Tenho fotos de quando era bebê e já acampando. Primeiro de barraca, no topo do morro. Depois o negócio evoluiu e compramos um trailer. Ele nem era levado para casa. Ficava lá o ano inteiro, tinha lugar cativo. Era a diversão dos amigos nos dias de chuva, dava para jogar cartas, e ver tv (se bem que os outros campistas tinham muito mais mordomias em suas barracas, com salas de jogos, videogame, cozinhas feitas de lona).
Era uma verdadeira família. Todo mundo era amigo, todo mundo se conhecia. Lá eu ficava solta, sem medo, nem minha mãe se preocupava. Podíamos ficar até meia-noite (hora bastante avançada para meus 8, 9 anos).
Esses dias vi uma fita de VHS que tinha um ano-novo que passamos lá. O pessoal fez uma janta no salão de jogos do clube, cada um levou sua mesa (todos os campistas têm mesas de abrir), um prato de comida e foi feito um bufê.
Saudade, nostalgia, sentimento de perda, mas de uma coisa muito boa que ficou da minha infância. Infelizmente eu cresci e não quis mais ir para o camping. Preferia ficar em casa com minhas amigas. O trailer foi vendido, compramos um motor-home que nos rendeu ótimas viagens também, mas longe daquele lugar tranqüilo, de paz, de calma. Nosso lar de férias.

11 julho, 2008

Mis te desejo toda força. Sei que nessas horas e gente não quer ouvir muito e só quer chorar. Mas ele foi em paz, aproveitou cada segundo da sua passagem na terra e onde estiver com certeza está olhando por vocês.

08 julho, 2008

Corajosa

E eu me considerava uma menina corajosa. Não costumo sentir muita dor, quando fiz meus piercings e tatuagens e não derramei nenhuma lágrima. Nem pedi para o tatuador parar, nem fiz muita cara feia. Só um dia, numa tattoo na barriga, tinha tatuado as costas e iria fazer na barriga na mesma seção. Mas a dor já tinha sido muita e desisti de fazer a da barriga.
Mas eis que a minha amiga querida foi fazer a sua primeira. Depois de anos me dizendo que estava procurando uma imagem especial. E claro que o desenho foi gigante. As costas todinhas. Fui na seção com ela, pensando que teria que segurar sua mãe, limpar as lágrimas...essas coisas.
Mas ela é muito mais corajosa do que aquele rosto simpático transparece. A garota agüentou quase três horas de dor sem reclamar, fazendo pouca cara feia, e ficando na mesma posição incomoda sem tremer, sem cansar (tudo bem que o braço ficou dormente, mas ela não disse um ai).
A única vez que ela levou xingão do tatuador foi por minha culpa. Eu ficava puxando papo e ela se virava para me olhar hehehe.
Cíntia, tu é muito corajosa. Me inspirou de verdade. Nunca mais vou pensar que sou uma boa pessoa para ser tatuada, depois de te ver agüentando firmemente a primeira sessão da tatuagem, com quase três horas.

02 julho, 2008

Banho

Depois de um domingo de correrias, pular na poça de barro e latir para ela, passear e rolar no chão... Chegou em casa e foi direto para o tanque (com água morna é claro). E nem adianta fazer cara de braba ou de assustada. Se divertiu bastante? Então aceita as conseqüências.
É isso que dá ser mãe, sempre tem que dar uma de durona hehehe.