05 setembro, 2008

Memórias

Sempre ouvi falar bem do livro “Memórias de minhas putas tristes” de Gabriel García Márques, como já li meio (sim, meio mesmo) livro do autor e gostei comprei este. Estava num cantinho da prateleira no Carrefour, jogado de lado, esquecido.
Vi que o livro era curtinho, 125 páginas e comecei a ler. Quando vi em menos de uma semana já havia acabado.
É uma história em primeira pessoa, sobre um cronista e crítico musical que ao completar 90 anos resolve comemorar seu aniversário de forma diferente, dando-se de presente uma noite de amor com uma garota virgem. Sem pensar muito liga para a dona do prostíbulo, nem sabe se ele ainda existe, se a dona está viva. Há muito tempo que não freqüenta aquele lado da cidade. Mas quando ouve a voz ao telefone reconhece de imediato. A “cafetina” diz que uma garota virgem é algo raro, que ele deveria ter pedido com antecedência, que dificilmente vai encontrar alguma e se encontrar vai ser caro.
Foi para o jornal onde era colunista e lá seus colegas fizeram uma pequena festa para comemorar seu aniversário. Entre abraços, presente e cumprimentos, lembrou da ligação que havia feito mais cedo e o que talvez o esperasse a noite.
Ao chegar em casa o telefone tocou...era a dona do bordel contando que após procurar com cuidado encontrou uma jovem virgem. Marcam o horário para a noite, pois durante o dia a menina trabalha. No caminho lembrou das diversas vezes que esteve naquela casa, nas diversas meninas que teve em seus braços. Lembrou que as putas foram suas únicas companheiras, que nunca teve um amor de verdade, uma pessoa especial. Fora noivo uma vez, mas desistiu do casamento segundos antes de subir ao altar. Foi uma vergonha para a moça e sua família.
A casa continuava a mesma, mais velha talvez. A dona o reconheceu ao longe e veio cumprimentá-lo, pediu que ele tivesse calma e cuidado com a menina. Que ela tinha medo da primeira vez, que era uma jovem trabalhadora e que precisava de dinheiro para a família. Ao entrar no quarto ele vê a moça deitada nua e nota que ela dorme. Fica com pena de acordá-la e resolve apenas dormir ao seu lado.
Aos poucos um novo sentimento surge em sua vida: o amor. Ele se apega aquela menina, espera cada noite por aquele momento. Lembra das mulheres que já passaram por sua vida e que ele nunca teve sentimento algum, apenas o sexo os ligava. Mas agora, o sexo era deixado de lado e ele está apaixonado aos 90 anos.
O livro, publicado em 2004, trata de forma suave e delicada a vida das “putas tristes”, do amor ao envelhecer, da vida e sobrevida após uma idade em que muitos apenas aguardam a morte. Mas ele não... o velho cronista vive uma nova aventura, descobre um novo prazer e um novo motivo para viver.


Gabriel García Márquez nasceu em Aracataca, Colômbia, em março de 1927. É jornalista, escritor, editor e ativista polítcio. Recebeu o prêmio Nobel de literatura em 1982. Atualmente mora em Cuba.

4 comentários:

Karina disse...

Particularmemte não gostei do livro. Achei uma história nada a ver, e que, talvez, se melhor contada tivesse dado melhores frutos.
Como foi o único livro do Gabriel Garcia Marquez que lí, não posso dizer que o escritor é ruim. Vou ler "100 anos de solidão" (que dizem ser sua melhor obra) para tirar uma conclusão.
Mas, sei lá, acho que nenhuma leitura é perdida, sempre aproveitamos alguma coisa.
Bjinhos

Anônimo disse...

Cem anos de solidão é maravilhoso. O melhor final da literatura.
:)

Paulo disse...

Mais um livro que vou ler por tua culpa... :D

Beijos!

Suani Campagnolo disse...

acho que o Cafú falou desse livro também...

agora com a tua dica, certo que vou ler..certooo!

Beijos