15 agosto, 2008

Caçando pipas...

Admito que este eu comecei a ler com um certo preconceito. Primeiro que era um best-seller, que já havia inclusive virado filme, segundo que minha mãe ficava insistindo para eu ler (não que eu duvide do bom gosto dela, mas era só para ir contra mesmo).
Quando peguei o livro e vi o tamanho do volume já fiquei mais feliz: dificilmente alguém faria sucesso com um livro grande se não fosse bom.
“O caçador de pipas” conta a história de Amir, que é o narrador do livro. Ele não é o herói, na verdade é um garoto inseguro, covarde e um pouco esnobe. A história de Amir e Hassan se passa em Cabul, no Afeganistão.
O pai de Amir é rico e mora em uma bela casa. O pai de Hassan, Ali, foi adotado pela família quando garoto, mas por ser hazara acabou se tornando subalterno. Os pais dos garotos cresceram juntos e sempre foram amigos, mas Ali nunca foi reconhecido como irmão ou membro da família.
Hassan e Amir da mesma forma foram criados juntos, inclusive tiveram a mesma ama de leite, pois a mãe do primeiro havia fugido e do segundo faleceu. Mesmo com toda a ligação e proximidade dos dois, Amir carrega consigo o preconceito e não o chama de amigo ou irmão. E quando é questionado pelos outros fala que o garoto é seu empregado.
Hassan é corajoso, perspicaz e totalmente submisso aos donos da casa. Prepara o café da manhã de seu amigo todos os dias, passa suas roupas, arruma seu quarto. Ele não sabe ler e adora quando seu amigo conta histórias para ele. Ele percebe que Amir tem um dom de contar e escrever histórias e o incentiva.
Aqueles anos de sua infância acontecem num Afeganistão pacífico, onde a religião é um caminho ensinado e divulgado e não obrigatório. Os garotos vão ao cinema, divertem-se com os novos livros, visitam lugares. Mas o inverno é a época de maior diversão para as crianças afegãs. É quando acontece a temporada dos ventos e das pipas.
Amir e Hassan se divertiam com todos os detalhes daquela brincadeira, mesmo com a compra do material e a montagem. O campeonato reunia todos os garotos e aquele que conseguisse manter sua pipa no alto e derrubar as demais era o campeão. E as pipas que iam sendo derrubadas também eram grandes troféus, principalmente a última.
Amir era um exímio empinador de pipa. Passava cortante no barbante como as outras crianças, pegava a distância certa, esperava o vento propício, Hassan ia liberando a linha e logo viam apenas um ponto ao longe no céu, voando para imensidão. E Hassan era um caçador nato, quando via alguma pipa ser cortada ele nem olhava para qual lado ela ia, seu instinto sabia exatamente onde iria cair.
Mas uma daquelas tardes de inverno começou divertida e terminou muito dolorosa.
A história é cheia de surpresas, enredos que se cruzam, feridas que não cicatrizam. O pano de fundo é um Afeganistão bom para se viver, onde todos se respeitam nas suas diferenças, e em pouco tempo uma guerra muda o país. O livro de Khaled Hosseini foi publicado pela primeira vez em 2003.

4 comentários:

Suani Campagnolo disse...

Peguei emprestado a um tempo e não passei da introdução. Depois vi a critica falando do filme, que nunca tinha sido rodado algo com tanta semelhança quanto o livro.
Fiquei curiosa, e agora juro que vou ler tudinho!

Karina disse...

Menina, lí esse post com um medo de ler detalhes, que tu num imagina!
kkkkkkkkk...Ainda não lí esse livro, mas tenho ele na minha lista^^
Ler seu post de hoje foi um incentivo.
Bjinho

Anônimo disse...

Muito bom ler tuas análises literárias novamente.

Beijo, saudades

Paulo disse...

Eu, como de costume, amei o livro e odiei o filme.
Foi um daqueles livros que a gente começa a ler e não quer parar.

Beijos!